sábado, 20 de março de 2010

Em busca da felicidade...

Na vida, você vai atrás das coisas, pessoas e lugares que te completam. A isso damos o nome de busca pela felicidade. Incrivelmente, parece que o mundo luta contra a nossa felicidade, pois no exato momento em que pensamos ter encontrado algo especial, sublime; de repente, tudo se esfarela, como um perfume quebrado.

As pessoas ainda me perguntam sobre ex-namorados, sobre relacionamentos antigos, que de tão especiais, marcaram também a vida dos amigos mais próximos e da família. Alguns admiram: “Mas parece que dava tão certo”. E na verdade deu certo, por algum tempo. É estranho essa idéia das pessoas de que tudo é pra sempre. Mais me parece uma vontade constante de esconder o sofrimento pela própria solidão.

Mas é justamente quando estamos sozinhos, trancandos em nosso quarto, sem sono, sem TV ou qualquer tipo de distração, que sabemos exatamente quem somos. É nesse momento que nossas tristezas vêm à tona, nossas alegrias, os nossos desejos. Porque, por mais que possamos planejar um futuro com outra pessoa, não existe nada mais solitário do que uma decisão.

A maioria das pessoas se decepciona com freqüência, porque colocam nos outros a sua expectativa de felicidade. O outro é sempre o melhor, ele é sempre tudo o que eu queria ser. A decepção vem justamente no momento em que percebemos que o outro não pode ser um deus, invicto, perfeitamente justo em suas atitudes. E é engraçado como as coisas mais loucas e imperfeitas são as que ficam mais arraigadas em nosso cérebro.

No filme “Gênio Indomável”, Robin Willians é um psicólogo-viúvo que tenta ajudar um garoto espancado pelo próprio pai. Em uma das sua terapias, ele lembra, imaginem vocês, dos peidos que a mulher soltava na cama durante a noite. “Ela acordava com o próprio barulho e perguntava se havia algo errado”. Em seguida ele chora. Talvez ele esteja certo. Talvez a única coisa de que vamos recordar na terceira idade sejam as coisas que menos imaginamos hoje.

Uma coisa eu tenho como certa. É impossível passar pela vida das pessoas sem que elas nos marquem ou que as marquemos. Mesmo as pessoas que odiamos. Em cada cidade que passei, ou que vivi, de cada canto sinto brotar uma lembrança, algo que me faz respirar fundo por alguns instantes. É como poder reviver a sensação. Está no perfume antigo, no shampoo Seda Verão Intenso, na música Heartbeat, da Madonna e nas fotos que eu teimo em olhar, mesmo sob lágrimas intensas. Está aqui e agora, entre eu e você. E para sempre, mesmo que esse sempre não seja eterno. Você me entende?

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo. e eu com certeza entendo vcs... parabéns!