segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A cortesã del las Pregas

Recebi uma ligação na sexta a noite. Era Candice Incandescente me falando que vinha pra Valadares no fim de semana. “Fia, mas num quero saber de bar gay naum, tán? Eu quero rola, eu quero neka. To indo pra aí aquendar”, disse ela.

Fiquei muito preocupada ao desligar o telefone porque não sabia onde levar minha ameega aqui em Gv City. Aí pensei: “Está na hora de deixar o passado no edy e reavaliar as coisas. Vou pra Monalisa”.

Decidida, fui receber Candice no aeroporto. Gentem, ela tinha engordado muito. A leila estava odara e ela insistia em usar uma blusa coladinha de cetin. Fiquei calada pra não constrangê-la.

- Ai amiga, você continua linda - disse ela.
- Você também continua enxergando bem, amiga.

Peguei as maletinhas da bunita, coloquei no meu Cross Fox e fomos em direção à minha residência. No caminho, algumas conversinhas de amigas que não se viam a anos. “Fia, não esqueço da sua nekona, tán? Lembra quando você era menos pintosa e a gente fofava de vez enquando?”.

“Ai, Candice, vamos mudar de assunto. Você deve ter coisas mais interessantes pra falar, néam?”, disse envergonhada. “Por exemplo, os novos dark rooms que foram inaugurados em São Paulo. A senhora é fanática por dark rooms, que eu sei”.

“Ai fia, esquece! Vamos conversar sobre a night de hoje. Nada de me levar naqueles cafofos cheio de veado dessa cidade. Quero dignidade e cafuçú, afinal, se for pra dar edy pra viado eu fico em São Paulo. Travequismo tem limite, néam?”.

Lembram que eu tinha dito que ia deixar o passado para trás? Pois é. Decidi ir na Monalisa com a bunita, mesmo não concordando que a Monalisa é uma boate hetero. A não, pelo-amor-do-meu-dolcegabana. Altos ketchys no banheiro da Monalisa e ainda vem me dizer que aquilo é boate pra macho!!!?




Enfim... fomos lá ver o que rôlava, néam? A bunita entrou frenética e eu lá bocejando, sem um pingo de animação. “Se anima, mulher! Parece que está com verme”, gritou ela. “Ai Candice, se joga sem se preocupar comigo, fia. Na hora que os bofes aparecerem eu fico mais animadinha”, respondi.

Ela parecia estar no GV Folia. Batia cabelo ao som da banda Hera, gritava, cantava como se fosse fã dos caras há anos.

Estava tudo bem. Eu até achava engraçada aquela pinta toda que ela tava dando. Até que de repente... Cândice resolveu tirar o casaquinho de couro. People, ela estava com uma mini blusa e as gorduras pularam todas pra fora, fazendo com que a calça dela descesse e mostrasse levemente a sua região pubiana, que não estava depilada.

Saí depressa pro canto da buatchi, quase caí do salto. Não queria que ninguém achasse que eu estava acompanhada dela.

Na hora que Candice abriu o olho, ficou perdida no meio da boate. Ela estava sozinha lá, delirando na vera, e todo mundo tinha feito um círculo em volta dela pra vê-la dar vexame. A onda da vera acabou e ela ficou xoxadinha, indo direto para o banheiro retocar a maquiagem.

- Você tava arrasando lá dentro, hein amiga? - disse pra deixar ela menos contrangida.
- Que nada!, ela disse.

Saí pra espera-la do lado de fora e ela nunca saía. Depois de 40 minutos, Cândice sai do banheiro com a roupa toda amarrotada, a peruca torta e a maquiagem borrada.

- Que isso, mulher? Tava limpando o chão do banheiro?
- Que nada. Fiz quatro ketchys ali agora.

E saíram quatro caras, um após o outro do banheiro, ajeitando a neka, na qual a minha amiga havia se jogado.

- Pára tudo, fia! A senhora promete e cumpre, hein?


O segurança da boate nos olhava com um olhar de repressão misturado com vontade de aquendar. Então decidimos sair de lá. Fomos embora, o show da Banda Hera já havia acabado e Cândice nem havia ficado colocada.

- Eu quero padê - disse ela
- Fia... três da madruga. Padê a gente agenda com antecedência.
- Ai quirida! Damos nossos pulos.

Entramos no Cross Fox e fomos caçar uma boca de fumo aberta.

- Tem padê?
- Como?
- Padê, Paulo Otávio, cocaine, fia-da-puta.
- Você é viado?
- Isso não vem a caso. Tem ou não tem?
- Tenho sim. Não querem descer desse carro e tomarem uma geladinha com a galera ali.

O menino apontou uma mesa no bar cheia de marvan. O edy de Cândice coçou na hora. “Bil, fiz quatro ketchys, mas ainda não desaquendei o edy. Vamos lá”, disse ela. Meo Deos! Essa trava tava querendo nos matar. Mas fui assim mesmo. Pedi a Cher pra vigiar meu carro e adentrei aquele recinto asqueroso.

E foi assim que eu e minha amiga terminamos nossa noite. Perdidas numa periferia qualquer... Não me pergunte onde era, néam gata? Bebemos até Crystal e fizemos a alegria da galera, porque caridade é meu sobrenome.

E agora você entendem porque demos o desáh aqui do blogui nesse fim de semana. Tive que DAR, literalmente, assistência à minha amiga. E dei. kkkkkkkkkkkkk

Bjos em todas...!!!

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