Especial: De frente com as Bunita 2

Jesus da Luz!

No nosso último post super-bafônico ficamos lisonjeadas com os comentários de várias ameegas conhecidas do mundo LGBT. Gracinha também os comentários fofinhos sobre o blog. É, porque este também é um assunto que interessa a todo mundo, né fias?

Enfim, aqui começa a segunda e última parte da entrevista com o promotor de festas Silvio Zafalão. Se você é atrasada, estava sobre o efeito da vera, por isso não viu a primeira parte da entrevista, ou não sabe quem é a pessoa, filha, vai no último post e se atualiza bem gostoso.

E agora, da-lhe entrevista:

As Bunitas Comunica (ABC): Silvio, alguns falam nisso, mas você considera que a cidade tenha se queimado em termos de festas na região?

R: Não. As minhas não, pelo menos é o que vejo 40% das pessoas são de fora. Acho que estou queimado é aqui mesmo kkkkkkk. Mas é relativo. Acho engraçado, às vezes chegam pessoas em mim e dizem. “Fulano disse que sua festa é tudo, que você é uma pessoa bacana”. Aí questiono pra mim: “Porra, esta pessoa não aparece há tempos”. Estranho, né? Como falam bem se não frequentam?


ABC: Ainda sobre a pergunta, você acha que essas pessoas não frequentam ou pararam de frequentar?

R: Adoraria saber!? Eu coloquei Nanny People em GV com um público de 250 pessoas. Aí parei! Posso ser sincero? Culparam o lugar. Mas foda-se! E o artista não vale nada? Quem foi ouviu Nanny dando um show de 45 minutos no microfone. Eu olhava e não acreditava. As pessoas com os olhos vidrados. Da mais pura inteligência.

Ela falou o que quis e todo mundo acatou. Foi um luxo. Querida, até hoje não sei o que gay procura numa festa. E foi a primeira vez que ela veio sem ao menos um contrato, pela amizade que eu tinha com um amigo em comum. Veio de avião até BH e de BH veio de carro até GV. Voltou de ônibus pra BH pra pegar o vôo. Isso ela naum precisa fazer. Aí ela chega aqui e vê tão pouca gente só porque custou 20,00. Mas ela amou GV e volta quando eu chamá-la.

Eu pagava em Campo Grande R$ 60, pra entrar em boate com ar condicionado. A Josefine, na última vez que fui, estava R$ 45. Sabe por quê? Porque as dos outros são melhores e a nossa é um lixo? Foi quando comecei a investir em Ipatinga. Não menos-prezando GV. Amo GV e sou daqui. Mas vamos abrir a cabeça, pois se hoje temos um lugar, amanhã teremos outro.


ABC: Você que fez festas em Ipatinga e Valadares, qual a diferença entre fazer festa lá e aqui? Porque?

R: Nenhuma. A verdade é que todos são iguais. A diferença na verdade é que em Ipatinga a cultura é bem mais evoluída. Não estou falando de mundo gay não, mas de peças de teatro, de incentivo à cultura. Aliás, de mais acesso. Um entre aspas rapidinho: Fui ao show da Ana Carolina lá. Estava vazio. Uma, que o show não é axé não. O ipatinguense não foi. Sabe por quê? É show de se pagar R$ 100. Já cheguei a pagar R$ 150 no show dela, pra ficar na escada do teatro. E em Ipatinga o show foi sentado, porque o povo de lá tem acesso. E até ela, né? Quase nem abriu os olhos. Enfim, o barato sai caro.

E o publico de Ipatinga gosta de um bom show. Adoram uma atração de São Paulo. Aqui em GV, também gostam, mas o Leste de Minas ainda é muito abandonado. Nós somos a cultura e o acesso que temos. Você acredita que dia destes eu ainda ouvi uma pessoa falando que ia vender a casa pra ir pros EUA? Caraça! Aquilo já acabou, e os governantes de GV têm obrigação de dar cultura ao nosso público. É uma coisa além do que vivemos no mundo GLS, mas reflete.


ABC: A festas da Chácara Multirão têm sido alvo constante de críticas. O que você tem a dizer sobre isso?

R: Eu adoro. Acho super digna a chácara. Tive e tenho vários problemas lá. Tento saná-los. Vou parar no dia em que acordar embucetado e dizer: chega! Aí paro! Lá é onde abro espaços pras drags que estão sendo expulsas do mercado gay. Não só aqui, no Brasil inteiro os shows e o glamour gay estão sendo trocados por balinhas de qualquer coisa, e de música eletrônica. Às vezes você nem sabe o profissional que está mandando o som.

Tento o melhor, pra uns é uma merda, pra outros é tudo. Recebo depoimentos de pessoas que chamam aquilo de minha vida. Querida, o acesso começa debaixo. Mas infelizmente estou me cansando. Adoro assistir Fautão aos domingos. Não assisto TV há um ano, e sinto falta.

Mas quanto às criticas, adoro elas.


ABC: Queremos dizer, você não acha que musica na chácara deixa a desejar, e os shows são ruins?

R: Olha, música é música. Trabalho com todas na chácara, deixando bem claro. Não trabalho com dj lá não. O povo vai e pedi as músicas. As meninas chegam cedo, querem ouvir um axé, um pagode, não interessa. A noite começa o batidão. É só chegar mais tarde. Eu naum aguentaria ouvir 10 horas de batidão.

E os shows, são de quem começa. Tem gente ruim e tem gente boa, não pago por isso. Até agradeço às drags que vão lá e querem entrar no mercado. Ninguém começa de cima. É ruim? Mas pode melhorar sim.

E a chácara teve tempos ruins. E hoje está ótimo, com gente bonita frequentando. Meus amigos todos vão. Recebi numa semana passada pessoas do Vale do Aço, que amaram, pois não existe isso lá. É um espaço aberto com piscina, vôlei, área restrita. Confesso que a chácara não tem estrutura, mas se não for lá, será em outra. Ali é uma coisa inexplicável. É uma domingueira, nada mais que isso. Não é after.


ABC: Muitas atrações aclamadas pelo público gay valadarense foram descobertas em suas festas. Fale um pouco sobre isso e sobre o potencial de cada uma delas.

R: Quem tem competência se estabelece e fica no mercado. O mais importante é estar no mercado. O que talvez não está bom hoje, amanhã está bombando. O mundo gay é assim, quer diferencial. E assim até eu estou.

Hoje posso não estar oferecendo uma coisa legal, mas amanhã vou lá e arraso. A verdade é que o publico tem que acompanhar pra criticar. Amo criticas. Quanto as trações a que você se referiu, destaca-se quem tem que se destacar, quem investe, quem apresenta algo novo, quem tem uma produção bacana.

Acho que quem faz o show somos nós mesmos, poderia citar pessoas aqui, mas trabalha comigo quem eu acho que investe e que vale a pena. Ofereço um serviço e abro um espaço. Hoje mesmo me lembrei de Lorraine, em Campo Grande, a melhor drag que já conheci. Show? Nunca fez, nunca precisou. Mas festa, boate, sem Lorraine não existia. Ótima drag, de primeira, bem vestida, CHEIROSA, bom papo. Na verdade, acho que drag tem que ser mais uma na multidão, um diferencial. Tem drag que não precisa estar no palco.


ABC: Existe um público gay valadarense, ou vários públicos gays em Valadares? Caso a resposta seja a segunda opção, como você definiria cada um deles?

R: Nossa! Isso é simples demais. Existe o gay, assim como existe o hetero, como existe a pessoa, como existe eu, como existe vocês. Caraça! Somos todo diferentes. Temos que aprender a viver respeitando as diferenças, só isso.


ABC: Mas um público discrimina o outro em Valadares? Deixa de ir em festa por causa do outro? Isso nós queriamos saber.

R: Pois é, falta aceitar o seu próximo, o que é bíblico. É geral. Não é só no mundo gay não. Tem hetero que naum suporta hetero e assim vai. Somos únicos e temos afinidades e pronto. Temos com um e com outros não Me cansei de sentar em mesa e conversar com pessoas e parecer que eu as conhecia há mil anos. E teve gente não deu pra suportar, e isso não é uma regra do mundo gay.


ABC: E você acha que todos os públicos gays da cidade vão à suas festas?

R: Não, claro que não. Mas acho uma besteira. Já vivi isso com meu primeiro marido e o mudei, graças a Deus. Mas estes dias, eu divulgando minha festa, uma pessoa me abordou dizendo assim: “Meu sonho é ir numa festa gay”. Eu questionei e passei meu msn. Adoro questionamentos. Conversa vai e vem, ele disse que era professor e não poderia se expor. Eu questionei: “o que seria a exposição”. Ele disse que era por causa da sociedade. Ele me respondeu que preferia ficar em sala de batepapo do que ver um aluno dele numa festa.

Ahh, querida! Preguiça que eu tenho disso. Caraça! As pessoas se acham monstros, mas de si próprios.

Resumindo, esta pessoa um dia me abordou dizendo que estava sofrendo chantagem por que tirou a roupa no msn pra um cara casado (que aliás deviam tomar vergonha na cara. É melhor ser gay do que seu filho abrir a porta do seu quarto e te pegar com um homem).

Neste caso, o cara estava querendo R$ 200 pra não por o video no youtube. Respondi: “Bem feito, se fosse em festa gay não sofreria tanto”. Sexo hoje é muito fácil. Por R$ 2 2 numa Lan House, você já arrasa. Se não tiver ar condicionado, você paga até R$ 1. Mas vamos conhecer pessoas gente, vamos interagir. Detesto sala de bate papo acho que gay não merece isso.


ABC: Gostaria de deixar algum recado para as bunitas leitoras? (Texto livre)

R: Amo de paixão o que eu faço e não desisto. Sou uma pessoa super teimosa. Apesar de achar que a coisa poderia estar lá na frente não tenho medo de retroceder e recomeçar. Amo o meu público, fico bravo, dou bafão, mas quem trabalha comigo tem tratamento de rei.

Meu público também, mas graças a Deus, quem vem em festa minha quer voltar. Bunita, olha, o recado que tenho que dar a vocês é o seguinte. Pras bunitas, deixem de ser feias e vamos valorizar nossa cidade, que é muito bacana. Quem vem de fora ama Valadares. Quero agradecer também quem recebe o pessoal de fora. Em dia de festa minha é uma luta na casa dos meus amigos, quem recebe quem, por que bomba de gente de fora.

E isso é bacana, receber pessoas, pois quem sabe um dia GV não vira uma Juiz de Fora. Quero melhorar e estou disposto, mas conto com vocês. Vou falar nome não: às drags, obrigado; às meninas que estão na chácara, quem deixou de ir, volte. E critiquem a mim que eu melhoro. E vamo que vamo, que em 2009 tem surpresa ai, porque 2008 foi um erro.

E espero que nossa governante municipal abra espaço pra nossa Parada Gay, porque gay é gente, é digno. E termino com a seguinte citação: "Nós somos o que somos indiferente de sexo, cultura, educação e religião, pois caráter independe de sexualidade”.

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Enfim veadada! Está aí dado o recado do Silvio pra todo mundo tirar suas próprias conclusões. Em assuntos como esse, além de analisarmos o que o promouter disse e sairmos fazendo comentários no blog, devemos fazer uma auto-análise, uma reflexão momentania e saber se temos alguma parcela de culpa no que acontece ou aconteceu em GV.

Florzinhas, não encarem isso como uma acusação. Apenas não suba num pedestal e se sinta acima disso tudo. Ou você acha que na hora de descer, uma neka grande, gorda e pesada vai estar te esperando lá embaixo? rsrs

Bjinhos doces para todas e não percam na semana que vem a entrevista com o promouter Gelson Alves, de Ipatinga, mas que também já promoveu festas GLS em GV City.

Dei o desáh!

Feel What You Want (Bingo Players Feel It 2 Remix)
http://www.mediafire.com/?jglgzd2nc4b

Dee Robert - Disappear (Mike Rizzo Global Club Mix)
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DJ Cesar Murillo - Bailar (Carnaval Mix)
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