É que eu amo e desamo...

Não sei como te falar... mas acho que você já entendeu
Não estou na mesma que você. Não sinto o mesmo.

É que pra haver amor tem que ter essa reciprocidade de sentimentos, sabe?
Sentir o cheiro da pele e ficar excitado, não querer parar de beijar mais...
Sentir o coração disparar só de pensar que o outro se aproxima, as mãos congeladas.

Também gostei de você. Não costumo cuspir no prato que como.
Mas agora é isso. O fim. The end.
Não chore! Me entreguei a você. Fui seu durante uma noite.
Você também se entregou, se esfregou, gemeu, lambeu, sentiu.

Mas é assim. Agora se acaba um amor que nem mesmo existiu.
Uma vida que poderia ser, mas não foi.
Dois caminhos que se cruzam, e que agora se separam. Destiny.

Se eu tenho alguém? Não, na verdade não. Não apenas um.
Sou gay, lembra? Faço coleção. Sou dessas.
Mas é só até me acostumar a essa idéia ridícula do amor monogâmico.

Provavelmente, posso te procurar às vezes pra matar meu desejo.
E é melhor você não me aceitar denovo.
Não quero alimentar a sua tristeza, mas preciso de carinho também.
Instinto versus razão.

Mas agora não dá mais.
Seu beijo já não me acende, nem me inveja.
Seu corpo já não me aquece.
Suas mãos já não me seguram.
Suas promessas já não me viciam, não me torturam.

Beijo é assim: Com sentimento, te arrebata aos céus.
Sem ele, é mais uma troca nojenta de fluídos corporais, sem sentido, desnecesssária.

É melhor você ir agora.
E deixe no tapete o rancor e a mágoa.
Sei que não posso exigir isso de você.
Mas é que o mundo dá voltas, e em cima dele tudo pode acontecer...



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