quarta-feira, 1 de abril de 2009

Uma estranha em casa!

Ter um filho ou um irmão gay é mais ou menos assim. Primeiro você acha que Deus lhe deu uma herança maldita. Se pergunta porque aquilo tinha que acontecer com você. Logo com você, se existem milhões de pessoas no mundo mais preparadas pra aceitar aquela situação.

Mas é mentira. Na verdade, ninguém é preparado. Mesmo aqueles que dizem que são. Veja o exemplo da Cláudia Leite, a cantora. Ela disse em rede nacional que não gostaria que seu filho fosse gay. Logo ela que é (não sei se ainda é) idolatrada pelo público homossexual, lança músicas populares e tem um cabelereiro do garaio.

Existem famílias e famílias. Pode ser que após você descobrir que seu filho é gay, você vá tentar convencê-lo de alguma forma a “parar de ser gay”, como se a condição dele fosse apenas uma escolha, já que se fala tanto em opção sexual. Mas tente entender. Gays não se tornam gays do dia pra noite. Nem tampouco descobrem que gostam de homens de forma repentina. Eles sabem disso desde o seu nascimento. E lutam heroicamente contra a atração que sentem pelo seus colegas.

A mãe pergunta pro filho se ele não vai lhe dar um netinho, se não vai casar e constituir uma família. “Cadê a namorada?”, pergunta o pai ou o irmão. E isso só aumenta a angústia em ter nascido em uma condição afetiva que os padrões de casamento vigentes não aceitam.

É louvável a atitude de uma mãe que sofre com seu filho as dores dele em não poder se relacionar com facilidade. E que deseja que o filho não tivesse nascido gay pelo simples fato de que sabe as dificuldades que o seu “anjinho” vai enfrentar na vida. A mãe sabe que muitos vão lhe chamar de “viadinho” pra lá, de “bichinha” pra cá, fazer piadinhas sobre atos sexuais. E o filho gay também deve tentar enxergar as razões da mãe.

Acontece que, com o passar do tempo, as coisas mudam. A convivência vai mostrando que o filho ou o irmão gay permanece a mesma pessoa. A não ser que faça shows de drag queen e comece a se montar em casa. E nesses casos, é bem provável que o filho já fazia isso antes da Grande Descoberta. Porém na casa de outro amigo. Normalmente, o que se faz escondido é o que é errado e esse não é o caso. Fazer shows de drag queen é cultura, pode ser lazer e até mesmo profissão. Procure entender isso.

Mas nos casos mais comuns, o filho gay segue a vida normal. Se a família tiver dinheiro, vai fazer faculdade como qualquer outro, se formar, trabalhar, sair, beber com os amigos, escovar os dentes, tomar água, bater um bom papo, rir, comprar, se irritar, acordar com mau hálito de manhã, chorar quando estiver triste. E pode ser que ele precise mais de você, mãe, que os outros filhos. Você está mesmo certa. Gays sofrem bem mais a opressão da sociedade. Por isso mesmo, eles precisam muito mais de você e da sua família.

O dia-a-dia faz com que coisas importantes como perguntar se “está tudo bem com você?”, ou “quer me contar alguma coisa?”, ou mesmo “e aí? O que aconteceu ontem?”, percam totalmente o sentido. Com isso, o filho vai continuar procurando em outras pessoas e lugares um amor que ele deveria ter achado dentro de sua própria família.

“MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo... Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos”.

(João, capítulo 2, versículos 1, 9, 10 e 11)



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