terça-feira, 12 de maio de 2009

Time goes... bye

Mas o tempo, tão implacável quanto o sol, vai deixando o novo velho e o que era interessante, torna-se relativo;

E os jovens vão envelhecendo e sentindo a beleza escorrer por entre os dedos como as águas de uma enchente;

E o tempo vai trazendo novos tempos, novas caras, novas bocas, novos rostos e novas possibilidades. Aquilo que era vácuo se transforma em presença e passa a impressionar;

O tempo é como um rio, que nasce pequeno e tímido na montanha e que precisa percorrer o continente para desaguar no mar. Durante esse percurso, vai acumulando todas as coisas que encontra pelo caminho, fica mais robusto, mais seguro de si, até perder sua identidade na imensidão azul;

E o jovem, que julgava tudo pelo seu viés limitado e efêmero, sente a singular sensação de que algo se foi, e arrepende-se;

Mas a vida continua, e os gays se assombram com a solidão, com os amigos que se foram, com a dificuldade de fazer amizade, com a falta de sexo fácil, com a ausência de convites para festas e resenhas;

O tempo ruge na montanha mostrando que é senhor da vida, e que ninguém pode fugir do seu reinado. Que determina o destino de cada um desde o seu nascimento até a sua morte. É, todo o esforço de nada valeu.

E você passa a se ver na imagem dos seus amigos, esperando em cada novo sinal do rosto a certeza de que é chegada a hora:

De rever os conceitos, de abrir a mente, de pedir perdão, de consertar o que esteve errado todo este tempo, dar nomes aos seus bois... aqueles que berram na sua mente e que você não sabe o que querem dizer;

Uma luz se acende... Seria este o início ou o fim de tudo? Textos de Charles Chaplin voam na sua mente, e você tenta tocá-los numa tentativa desesperada de cognição daquelas frases;

Tudo em vão. Nada é tão certo como a matemática. E o tempo não se mostra através dos números, apesar de se utilizar deles. Ele não consegue explicar porque uns aparentam menos, outros mais. Mesmo assim, alguns tentam somar 20 + 20 e obterem 25. Tentam.

O tempo observa...

A lua se põe...

O sol nasce...

A criança cresce...

E todo mundo caminha pro desfecho, no tempo certo e pra um tempo do qual pouca coisa se conhece.

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