Esta semana adotei um cachorrinho. Bem pretinho, com algumas manchas brancas, pêlo baixo e olhar indefeso. A idéia me veio depois de ter assistido "Marley e Eu" e ter percebido quanto tempo eu perdi desde a última vez que tive um cachorrinho. Quando chego em casa, lá está ele esperando pelo meu abraço. Ele não é seguro de si. Não acha que pode viver sozinho, apesar de poder. Mas ele não mais imagina a vida dele sem a minha.
Ontem mesmo comecei a ter problemas com ele. Ele chorou a noite toda, fez as necessidades em locais que não eram os indicados. Enfim... a madrugada pra quem precisa trabalhar no outro dia é essencial. Confesso que acordei de mal humor. Olhei pra ele, ainda balançando o rabo, e pensei em todas as alegrias que ele me proporcionava. Consegui superar a raiva.
A relação com seres humanos não é tão diferente, sabe? Você engole algumas moscas se quiser mesmo ser amigo de alguém. Quando conhecemos uma pessoa, imaginamos um mundo de fantasias, de perfeições, quase como um reflexo de nós mesmo no espelho. Grave engano. O tempo vai passando e vamos nos dando conta de que o “outro” possui defeitos bem desagradáveis, que ele mesmo acha que não tem, assim como nós pensamos sobre nós. Por isso, reconhecer nossos defeitos é o primeiro passo para a convivência agradável com outro alguém.
Não acho justo comparar seres humanos com animais. E as pessoas tentam fazer isso o tempo todo. Já ouvi algumas frases como “com tanta criança precisando ser adotada e você pega um animal?”. E isto não me serve de sermão. Na vida, cada um tem um dom, uma habilidade.
Alguns nasceram com a predisposição para cuidarem de crianças, outros de animais. Cientificamente, existem as especialidades "medicina e veterinária". Adotar um animal não é ser menos humano, porque é nos seus sentimentos que você prova se é humano ou não, e não no objeto alvo do sentimento.
Este cachorrinho que adotei conseguiu despertar em mim sentimentos muito sublimes e nobres. Quando chegar a hora, e se chegar a hora de adotar uma criança, farei sem o menor despeito. Quem sabe ao lado do meu querido namorado, também cheio de defeitos. E aí vamos contrariar novamente aquele senso comum de que gays criam preferencialmente gatos siameses preguiçosos no sofá de casa. Pra variar, né?
Se tiver oportunidade, abra seu coração pra um cã0zinho, mesmo que seja de rua Você vai descobrir uma outra vida.
Um comentário:
Que lindo!!!! Atonrei.
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