sábado, 24 de abril de 2010

Express yourself!


Ainda me pergunto como pessoas especiais passam em nossas vidas e não as cativamos de alguma forma. Ainda me espanto com o orgulho descabido, gerado pela incerteza, quase que universal, de que se pode agradar ou desagradar alguém.

De certa forma, acho pertinente pensar que somos seres diferentes e que tudo no mundo é improviso. Por isso, assumir um personagem frente à realidade é uma forma de esconder a essência e, no final, esconder a si mesmo.

Li um livro uma vez que tem um nome longo: “Porque tenho medo de mostrar quem sou”. O livro é interessante se for lido sem o preconceito que as obras de auto-ajuda costumam encarnar. Numa argumentação bem elaborada, o autor conclui que temos medo de dizer quem somos porque isso é a única coisa que temos de verdade, portanto, se eu mostrar quem sou e você não gostar, não posso fazer mais nada, porque isso é tudo o que tenho.



É mesmo engraçado como algumas pessoas tem medo de mostrar o que são. E isso não é privilégio de nenhum grupo em especial, apesar de achar que gays são mais propensos a essa ilusão do ser. É. Já que ser gay não é algo natural para a sociedade, “vamos esconder o que somos para que todos possam gostar de nós”. Esse é o pensamento reinante, mesmo que inconsciente.

Mas longe disso, todos ensaiamos um personagem em determinados momentos. É que é mais legal ser aquilo que admiramos nos outros do que sermos nós mesmos, cheios de defeitos. Assim, quem é tímido vive um extrovertido galã de cinema; quem é colérico, se contém por traz de um mocinho simpático e atencioso de hollywood; e o extrovertido tenta ser menos simpático.

São todos truques perfeitos, instintivos, e que, por vezes, dão certo. A maioria das pessoas os utiliza em encontros com futuros pretendentes, ou em reuniões de negócios, ou no Big Brother Brasil.

Portanto, fingir está no sangue do ser humano. Acho engraçado quando as pessoas utilizam o argumento de que ser gay não é normal. Queridos, ser humano não é normal. Normal mesmo é a vaquinha que não decora seu curral, que caga e pisa em cima e vive como dá na telha, pouco se importando para o que o boi vai pensar dela.


No final da minha vida, apenas peço a Deus que eu tenha conhecido todas as pessoas que ele me destinou a conhecer, e que eu, de alguma forma, mesmo que por alguns segundos, tenha sido especial em suas vidas.

Cada momento é único — isso todos sabemos —, mas cada pessoa também é única. E, se por um segundo alguém prestar a atenção em você, ele foi seu nesse momento. E o que você fez de bom? Qual foi a sua contribuição para aquela vida?

Prezados, quem vive de máscaras é o mister M. Mostre-se, ouse, sinta o momento, crie laços, express yourself. Você, com certeza não vai agradar a todos — nem Cristo conseguiu —, mas, acredite, as pessoas que você cativar, serão seus amigos de verdade, e contarão boas histórias para outras pessoas sobre o que você as fez sentir no passado.

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